Ontem saí do trabalho e fui andando com uma amiga, enquanto ela fumava um cigarro conversamos sobre as coisas da vida, da minha vida e da sua vida. Quando paramos em uma esquina da Atlântica - CALMA, CALMA! Tava esperando o 2016. Não passei pra esse nível ainda, ela falou: "Olha a lua!".
Olhei aquela lua bebê, ainda nascendo, laranja e enorme. Linda. Refletindo sua luz ainda meio apagada naquele marzão que estava manso, mando... só a observar. Calmo como a brisa que bagunçava nossa franja, de leve.
O ônibus chegou, a Carol foi embora e eu fui pra aula. Encontrei uns amigos, dei umas risadas e bebi uns goles de mate. Voltei pra casa, tomei banho, coloquei o pijama, escovei os dentes e dormi. Hoje eu fui trabalhar, olhei pro mar, calmo que nem ontem à noite... lembrei da Lua. Trabalhei tudo o que tinha para trabalhar e voltei pra casa, entrei na internet e comprei uma viagem pra lá... lá pra Lua! Apenas uma rede e um iPod. Levando em consideração a gravidade (ou a falta dela), libero a rede e fico só com o iPod.
Parece estranho? Também acho. Explico agora.
Lembrei de quantas vezes já ouvi que sou "estranha" ou então "muito louca". Eu poderia me avaliar apenas como "incomum" ou, simplesmente, "diferente". Minha mente e meus gostos são o extremo da convergência. Verdade, minha melhor amiga, que me conhece como ninguém me define como "patricinha alternativa". Eu sou uma andarilha hoje e amanhã já mudei e sou alguma coisa diferente. Me arrumo para sair numa quinta-feira a noite e passo o sábado de moletom comendo nuguets. Já percebi que as pessoas ao meu redor não percebem isso, mas meu nível de rejeição é muito baixo. Nunca repudiei banda Calypso ou Calcinha Preta, inclusive, acho a energia deles contagiante. Tenho amigos de todas as tribos, religiões, cores e orientações sexuais. Passo o final de semana na favela e no outro vou para uma boate cheia de gente rica que não faz a menor ideia de como é uma favela. Divido minha vida entre a agitação da noite carioca e a alegria, incomparável, da minha casa nas noites de sábado. Entre ir pra praia e trabalhar no dia seguinte.
Às vezes me sinto tão confusa e não-parte do mundo que vivo, uma busca constante por algum lugar ou alguma coisa que eu não tenho noção do que seja. Uma procura pelo novo e pelo desconhecido, por mais coisas boas no coração das pessoas e menos preocupações banais. Esse lugar que eu não sei qual é talvez seja a Lua, minha passagem está comprada. Quando eu voltar te digo se era lá aonde eu queria chegar.
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o olhar e o sorriso de pessoas da alma de coração do imaterial e subjetivo, são mais brilhantes são mais espontâneos e mais bonitos!
ResponderExcluircom certeza muita gente não consegue nem vislumbrar uma imagem mesmo que seja mentalmente de outras realidades que não sejam as delas e isso é tanto de um estremo ao outro (do rico ao mais pobre) enfim! tão bom saber desse seu outro lado Clarinha! Parabéns vc tem privilégios de saborear a vida com pimenta e surpresa!