segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tolos

Tenho uma rosa dentro de um pêssego, mas ela já não é tão bela... nem tão viva, muito pelo contrário, ela murchou. A linda rosa branca de um sábado à noite se transformou em rosa morta de um quarto cheio de tristezas de alguém que se sente sozinha o tempo inteiro. Alguém que, raramente, sente a real presença de alguém ao seu lado. Esse alguém sou eu, que vivo nesse quarto triste e cheio de lembranças de tudo que um dia não me satisfez, mas que hoje me faz uma falta enorme. Me mostra que eu sempre fui feliz e não sentia isso. E que talvez eu seja feliz hoje. Mas eu continuo sem enxergar isso.
A verdade mesmo é que eu sou uma mentirosa. A cada dia que digo que sou feliz, conto uma mentira. Digo isso pra não precisar me explicar. Não gosto de me explicar. Digo que sou feliz e pronto, felicidade não precisa de explicação. E quando falo isso, me dizem que sou tola, por não saber explicar. Tolos são aqueles que acreditam em mim.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A saga do visto americano.

Tirar o visto para viajar para um país, que todo ano recebe rios de dinheiro do Brasil, é uma tarefa árdua. Uma verdadeira saga! Já vou contar tudo o que aconteceu, mas antes, quero deixar bem clara a minha opinião: É um absurdo termos que passar por tudo o que passamos só para ter um visto. Quase desistimos. Se não fossem os R$ 1000,00 já gastos (R$ 250,00 para cada membro da família), certamente desistiríamos.
E o pior, ser tratado sem o mínimo respeito, ninguém te ajuda nem avisa nada. E o que poderia ser feito em meia hora, demorou 5 horas e meia. Eu expliquei pro homem sem educação e insuportável: "Nós não estamos pedindo pra ninguém burlar a lei, só quero que me explique o que tem de ser feito. Em qual site, em qual link. Qualquer informação que possa ajudar." E a única coisa que eu ouvi como resposta foi: " Ninguém aqui vai te ajudar!".
Por favor, isso é o fim !!!!!!


Bem, tudo começou assim... Formulários prontos, taxas pagas, agendamento para às 8 e meia da manhã do dia 27 de maio de 2010. Uma fila quilométrica segue na nossa frente.
Entramos e agora estamos sem telefone ou mp3 para se distrair enquanto espera. Depois, falta de informação. Quando você chega no guichê, a bomba: "Sr. seu formulário está errado, vá até uma lan house, altere-o e traga de volta."
Lá vai a família atrás de um computador conectado. Agora já são 10 horas da manhã. Nossa advogada sede sua sala, sua mesa, seu computador, internet e impressora.
Juro que para navegar no site do visto é necessário ser pHd em alguma coisa!
Cansados, mortos de fome e estressados voltamos para o Consulado. A primeira resposta vem de um dos muitos funcionários que, na minha opinião, só servem pra gritar sua senha. "Sra. ninguém vai te ajudar aqui. Impossível. Você tem que mudar o formulário." O homem irredutível e sem educação pega o telefone e diz para a gente voltar no guichê 9. Lá fomos nós. Ana, a única funcionária gente boa e que conseguiu nos ajudar, mandou meu pai fazer um novo formulário. Ok!
"Toc toc" na porta da advogada. Invadimos novamente seu escritório. O gigante formulário teve de ser refeito 3 vezes, toda hora aparecia uma mensagem que dizia "Time out". Já passou de 1 hora da tarde. Enfim, conseguimos o novo formulário. Volta todo mundo pro consulado.
Mais 40 minutos de espera.
Todas as digitais recolhidas, uma americana que falava um português nada claro nos entrevistando e finalizando: "Os vistos foram concedidos."
Aleluia, se não tivesses sido, não sei se ela estaria viva! Brincadeira.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Memória - Parte III

Minhas férias de final de ano sempre foram pura diversão! Vô Pança e vó Gnoma eram só mimos. Bife alinamesa todo dia, Mc., shopping, presente, pinturas... aquela bagunça que só minha avó sabia arrumar. E depois a gente ia pra Saquarema. A vida toda, fui a unica neta que sempre queria ficar lá. Quando o Pedrinho chegava, a gente fazia represas, quebra-molas e, praticamente, obrigávamos alguém levar a gente na piscina.
Depois a gente cresceu, o condomínio não tinha mais nenhuma terrinha e os quebra-molas viraram redutores de velocidade. Foi no Borda da Praia que eu tomei os maiores tombos. Quando voltava pra escola, todas as meninas exibiam suas bonecas e roupinhas novas... eu exibia meus machucados pelo corpo inteiro. Fala sério, aposto que eu me divertia muito mais.
Os finais de semana sempre foram lá na rua Walter Luiz Ferreira da Silva. Pique-esconde na rua, queimado, pique-bandeirinha e laminha... até caçar girino a gente caçava. Ô infância boa. Não tenho do que reclamar.
Só da minha mãe, que a vida inteira insistiu em me levar pra casa domingo à noite!

Aí eu cresci mais. Continuei rebelde e de castigo... mas um final de semana decisivo eu estava livre. Aquele de 11 de agosto de 2002. Festa na casa da Lô, algumas confusões... depois de muiiiiiito tempo de silêncio torturante... dei meu primeiro beijo. Ai ai, foi ridículo... mas foi legal! Eu tava com uma blusa da minha mãe, que ficou com o perfume do Lucas... quando mamis resolveu lavar a blusa, eu tive um troço.

Depois de um tempo resolvi vir morar no Rio. No auge dos meus 12 anos, com cabelos azuis e muita rebeldia. Conheci minha melhor amiga. Sabia que depois dela, nada seria igual. De fato não foi. Conheci também minha outra melhor amiga, que até hoje briga comigo pelas coisas mais bobas do mundo.
Morei com meu pai, não deu certo... além de tudo que já me dizia que não daria certo, ainda tinha (e tem até hoje) um cachorro irritante, que eu odeio com todas as minhas forças.
Vim morar com meus avós... foi muito melhor. Mas decidi que eu tinha que voltar pra minha mãe, já não aguentava de saudade dela, dos meus avós e meus amigos.

Memória - Parte II

Falando na Didis, quando ela aparecia na roça, era uma maravilha! Final de semana cheio de coisa gostosa pra comer, as empadinhas costumeiras da vó Cecília. Eu era obrigada a ficar jogando vídeo game no Daniel. Eu odeio isso, principalmente porque ela é minha prima mais nova. E a hierarquia, ficava aonde nessas horas? Não sei.

Depois disso, eu lembro das nossas festinhas americanas, que o GM dançava com a vassoura. No terraço da ex-melhor amiga. Era demais.
Das tardes de cinema na sala.
Quantas vezes a gente viu Bugs Life? Impossível contar. Assistíamos, rebobinávamos(essa palavra não existe mais! meu deus, estou velha!) a fita cassete e assistíamos de novo. Todo santo final de semana.
Eu tive todos os álbuns das Chiquititas, um eram fotos e não era pra colar, era pra prender em cantoneiras que deixavam os meus dedinhos colados. hahaha
Ok, também teve coisa ruim. Eu vivia fazendo merda e minha mãe me colocava de castigo, perdi vários aniversários das minhas amigas. Era sair de um castigo e entrar em outro. Minha liberdade durava uns 2 dias, no máximo. Nunca chegava no final de semana. Os motivos sempre os mesmos: Péssimas notas no colégio, o quarto bagunçado e a desobediência.
Poucas vezes eu consegui escapar!  hahaha

terça-feira, 18 de maio de 2010

Memória - Parte I

Minha memória é um enorme banco de dados, uma máquina de produzir lembranças a todo instante. Lembro de todas as roupas, de todas as cores, de todos os cheiros e sabores.
Consigo lembrar de quando eu era uma girininha, de aproximadamente 3 anos, e desobedeci minha mãe... saí do box toda molhada, escorreguei e machuquei minha boquinha (que na época ainda era boquinha) e fiquei chorando. Isso foi em Paraiba do Sul, até meu pai tava lá. Lição: Nunca mais, nos 17 anos que passaram, eu saí do box molhada ou sem pisar no tapete.
Lá na roça, quando o meu quarto ainda era sala de televisão, eu brincava de Barbie com a minha vovó Mella no sofá branco, ela implicava comigo, dizia que se eu não deixasse ela ficar com a mais bonita ela não brincaria mais. Ok, vó, fica com a Barbie Carnavalesca.
E numa noite escura, há muitos anos eu falei que ia vir embora pro Rio, que ia vir sozinha. Eu devia ter 5 anos... Meu avô me deu a chave do chevetinho dele e falou: "Pega o carro e vai." E eu, com aquela vozinha de criança e olhar de cachorrinho respondi: "Mas eu não sei dirigir, como que eu vou?"
Tudo isso parece que aconteceu ontem.
Teve o nosso Clube da Malhação, que era um quarto com uma cama de 2 andares montada por 2 amigas, que na época eram inseparáveis, num quarto de hóspedes da casa da Vó Xica.
E os desenhos que minha avó fazia, de mim e da Didi. Eu com boquinha de coração e a Didis com boca de caçapa. hahaha. Disso, nós rimos até hoje!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Me ajudem.

Se você descobrir o que está me tirando do sério e me deixando completamente sem o que escrever, me avisa. Só assim poderei tomar providências adequadas.


Obrigada,


Clarinha

quarta-feira, 5 de maio de 2010

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Quatro discos pendurados na parede, um cabide que não consigo lembrar como é de tanta coisa pendurada nele, uma mesa cheia de papéis, canetas, desenhos, coisas coloridas, estampadas e fotos. Meu espelho que há 3 meses espera pra ser pendurado, minhas toalhas penduradas no armário. Mil pares de sapato dentro de uma caixa com rodinhas embaixo da cama. Uma colcha de oncinha (Grrrr), borboletas na parede, um sorriso do Mc.  Uma caixa cheia de pincéis e colheres, 3 tintas. Jornais pra todos os lados, livros que não tem mais onde serem apoiados.
Muitas cartas...muitas lembranças.
Um perfume com cheiro de bala... uuuhm.